sexta-feira, 12 de março de 2021

JESUS ACALMA A TEMPESTADE

 

JESUS ACALMA A TEMPESTADE

 

Marcos 4.35-41

 

E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. E ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?

Fato registrado nos três evangelhos sinóticos Mateus 8:23-27; Marcos 4:35-41; Lucas 8:22-25

 

INTRODUÇÃO

Na verdade as tempestades repentinas são características naquela região. O Mar da Galileia é um grande lago que mede cerca de 21 quilômetros de comprimento e 14 quilômetros de largura. O lago é cercado por montanhas e está aproximadamente a mais de 200 metros abaixo do nível do mar. Tudo isto favorece o acumulo de ar quente na superfície do lago. Durante o verão, a temperatura no lago passa facilmente dos trinta graus centígrados.

Então facilmente essa estufa de ar quente que paira sobre o lago se encontra com o ar gelado que vem das montanhas. É também ali que correm as águas do degelo do monte Hermom com sues três mil metros de altura.

O resultado desse choque térmico é a formação de tempestades repentinas e violentas. Em condições normais, as águas do Mar da Galileia são bastante calmas. Mas durante uma tempestade, as águas ficam perigosamente agitadas, com ondas que podem superar dois metros de altura. Inclusive, a disposição geográfica do local favorece até a formação de redemoinhos.

 

 

 

1.    MESMO COM JESUS EM NOSSO BARCO AS TEMPESTADES VEEM (Mc 4.37,38).

 

Enquanto Jesus dormia se levantou grande tempestade de vento. O termo que Mateus trás é como se fosse um maremoto. “E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas” (Mt 8.24). Não um vento forte simplesmente, mas um vendo que os discípulos pensaram que fossem morrer no mar. Isso nos mostra que uma pequena brisa pode transformar-se em um tufão (At 27.13-15). Não é por Jesus estar em nosso barco que não seremos atingidos pelas tempestades da vida, mas com Ele no barco temos esperança que chegaremos do outro lado do mar. O problema não são as tempestades da vida, mas como reagimos diante delas.

 

Existem quatro tipos de tempestades na vida:

 

1 – As naturais – a tempestade que Paulo enfrentou é uma delas (At 27), e os discípulos também algumas durante o ministério de Jesus.

2 – As que nós provocamos – Jonas é um bom exemplo disso. Quando somos causadores de males para nós mesmos e para outras pessoas. Quando deixamos de obedecer a voz de Deus e passamos a seguir a nossa próprias vontade, as consequências são calamitosas.

3 – As que procedem do diabo – São as tentações da vida. Aquelas tempestades que vemos que não são naturais, que também sentimos que há algo errado, que não procede de Deus, mas tem a mão do diabo nisso. Jó passou por esse temporal.

4 – As que procedem de Deus – Um bom exemplo é o de Abraão quando vai oferecer Isaque em sacrifício; diz-nos o texto em Gênesis 22.1 que o Senhor pôs Abraão à prova. A provação procede de Deus, a tentação procede do diabo. A provação é para o nosso crescimento espiritual a tentação é para nossa queda. São as provas da vida que Deus permite que passemos para o nosso crescimento espiritual.

 

2.    ALGO CURIOSO EM RELAÇÃO ÀS TEMPESTADES

2.1todas elas são inesperadas. Elas não avisam quando virão. Elas chegam como um ladrão de forma inesperada. Elas não mandam recado. As tempestades da vida são: um acidente, uma enfermidade, uma crise financeira, um casamento abalado, uma crise familiar, um desemprego e porque não dizer uma crise espiritual.

Com isso aprendemos que quando a tempestade chegar ela não deveria nos surpreender, pois afinal de contas ela sempre vem.

 

2.2   Elas sempre são perigosas. Os três evangelistas mostram isso de forma muito clara. Veja: Mateus diz que o barco era varrido pelas ondas (Mt 8.24). Marcos diz que se levantou grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que já o mesmo estava a encher-se de água (Mc 4.37). Lucas diz que sobreveio uma tempestade de vento no lago, correndo eles o risco de soçobrar (Lc 8.23).

Por mais brandas que elas possam parecer elas sempre são perigosas, pois afinal de contas a situação pode se agravar. Toda tempestade começa com um ventinho. Fique atento aos sinais.     

 

2.3 Tempestades acontecem no mar ou em terra e podem ser arrasadoras... a vida tem tempestades. E todos sofreremos com elas...faz parte da existência. As tempestades sã pedagógicas Na tempestade não devemos perguntar: “Porque eu”, como muitos fazem pensando ser melhores que os outros, mas dizer: “Socorre-me Senhor!”, reconhecendo a nossa dependência de Deus. Essa é a diferença. Deus sempre entrará com a providência.

 

3.     ELAS SEMPRE REVELAM QUATRO TIPOS DE PESSOAS.

Tempestades virão. O interessante é como reagimos na tempestade. Se há algo revelador na vida são as tempestades. Elas revelam como verdadeiramente somos, pois na bonança não temos que revelar a nossa fé, mas na tempestade sim ...ela é fundamental.

Vejamos quatro tipos de pessoas que podemos encontrar na hora da tempestade:

1º tipo – Os que começam a agir para resolver a situação, mas não oram. Já tentam resolver logo o problema de forma impensada, ou melhor, sem a direção do Espírito Santo. Logo pegam na lata para tirar a água do barco. Agem de acordo com sua perícia, sua experiência, sua autossuficiência.

2º tipo Os que oram, mas não agem. São pessoas muito espirituais, mas que não saem disso. Não tomam a iniciativa de agir. Muitas pessoas estão como Moisés diante do Mar Vermelho, estão clamando a Deus, mas não entendem que o período de clamar já havia passado e agora é hora de agir (Êx 14.15,16). Os que não pegam na lata para tirar a água, pois estão ocupados orando.

3º tipo – Os que duvidam. Por isso nem oram e nem agem, pois são incrédulos. Os que não fazem nada, só murmuram e por isso criticam os que agem e os que oram. É aquele tipo de pessoa que só sabe dizer que havia avisado; que o barco vai afundar mesmo, que não tem jeito mesmo.

 

HÁ UMA DIFERENÇA ENTRE TER FÉ E VIVER PELA FÉ - É DIFERENTE: - dom da fé X fé para salvação X fé natural X viver pela fé

O andar pela fé, ou vida de fé, vem depois que exercemos a fé para a salvação. A fé que recebemos tem que ser desenvolvida, pois andar por fé não é andar pelo que vemos, mas pelo que não vemos, SIMPLESMENTE PELO QUE CREMOS.

Romanos 8.24: “Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?”

4º tipo – Os que oram e agem e não vivem se lamentando. São pessoas que veem na tempestade a possibilidade de crescerem na fé. Elas veem  tempestade uma oportunidade para um propósito maior ... ajudar outros a vencerem-na. É o caso de Paulo (Fl 4.10-13).

 

 

4.    NÃO IMPORTAM AS CIRCUNSTÊNCIAS, JESUS ESTÁ EM NOSSO BARCO(Mc 4.38,40)

 

   Os discípulos estavam desesperados com a tempestade, tão desesperados que a impressão que temos é que por um momento eles haviam se esquecido de Jesus.

É quando eles observam que Jesus estava dormindo em meio aos fortes ventos e no chacoalhar do barco em pleno mar... aí resolvem chamá-lo, não para acalmar o mar e o vento, mas para ajudá-los na navegação, a tirar água do barco. Tanto que eles ficaram surpresos quando Jesus acalma a tempestade e perguntam: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc 4.41).

 

4.1 – Deus faz o sobrenatural acontecer - A grande questão não é saber que Jesus está no barco, mas é saber que Ele tem todo poder para acalmar a tempestade e  a força do vento. Há pessoas que veem os seus problemas maiores que Deus. Acham que o Senhor não pode intervir na situação que estão enfrentando. Algumas pessoas pensam que seus problemas são tão grandes que até para Deus é difícil resolver, isso quando não pensam que é impossível.

Muitos servem ou veem o Senhor limitado, enclausurado dentro dos guetos teológicos e dos seus próprios pensamentos.  Tem gente que fala da soberania de Deus, mas não o veem como soberano em seus problemas. Limitam o seu poder e o seu agir.

Por isso meu irmão não o limite, deixe Deus ser Deus em sua vida.

 

4.2   O sono de Jesus no barco não é descaso à nossa crise. O texto nos diz que Jesus estava dormindo, mas não era o sono do descaso, mas era um sono de um “homem” cansado. No entanto, não quer dizer que Ele não estava a par do que iria acontecer e do que estava acontecendo.

Hernandes Dias Lopes diz que “talvez o maior drama dos discípulos não tenha sido a tempestade, mas o fato de Jesus estar dormindo durante a tempestade”. Essa é, muitas vezes, a nossa crise também.

Onde Ele está que não percebe a crise que estamos enfrentando? Onde Ele está que não intervém quando mais precisamos? Onde Ele está quando as tempestades veem? Tanto que a pergunta dos discípulos foi: “Mestre, não te importa que pereçamos?”

 

Eu quero lhe dizer que Ele está em seu barco, em meu barco, em nosso barco e Ele se importa com você e comigo sim. Ele não está dormindo o sono do descaso, mas permitindo a tempestade para olharmos para Ele. Se não houvesse a tempestade, provavelmente os discípulos se quer se lembrariam que Jesus estava ali. Por isso que o autor de Eclesiastes nos diz: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração” (Ec 7.2).

 

4.3 Quando clamamos Ele vem e acalma a tempestade. Entenda que há duas tempestades: Uma interna e outra externa. A principal é a interna. É acalmar o nosso coração; tanto que o Senhor disse para os seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração…” (Jo 14.1). Há duas maneiras de o Senhor tratar as nossas tempestades: uma é terminando com elas, a outra é nos preparando para enfrentá-la até o fim. Uma se chama substituição, a outra se chama transformação. De uma forma ou de outra há o agir de Deus em nossa vida.

 

5.     O SENHOR SEMPRE NOS SURPREENDE (Mc 4.39-41).

Independentemente da fé dos discípulos o Senhor agiu socorrendo-os. Eles o chamam não para acalmar a tempestade como já falamos, mas o Senhor criador dos céus e da terra sempre faz muito mais que do esperamos.

Como nos diz Paulo em Efésios 3.20,21:

“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!”

Através desse ocorrido o Senhor aproveitou para mostrar para os seus discípulos que Ele era mais que um profeta, um operador de milagres na vida das pessoas ou um mestre por natureza; mas o Deus encarnado que veio para lhes trazer vida e paz em meio às tempestades da vida.

 

Nesse episódio podemos tirar algumas lições que o Senhor deixou para os seus discípulos:

1º – Os maiores problemas humanos encontram-se dentro de cada um, não nas circunstâncias ao nosso redor. Por isso que o Senhor os repreendeu por sua falta de fé. O Senhor os chamou de “Homens de pequena fé”, “Tímidos” – literalmente “covardes”. Já haviam visto tantas coisas que o Senhor havia operado, mas mesmo assim continuavam incrédulos. Continuavam com uma fé deficiente.

O tempo parece que não ajuda no amadurecimento de algumas pessoas. Parece que o tempo passa e a pessoa não cresce na fé, pelo contrário continuam pigmeus na fé. Davi quando enfrentou o gigante Golias não o temeu porque havia enfrentado gigantes tão perigosos quanto aquele gigante incircunciso. A experiência de Davi o ajudou a ver o quanto Deus o ajudaria mais uma vez, por isso não se acovardou (1Sm 17.31-36).

Meu irmão nossas experiências passadas com o Senhor é para o nosso crescimento e não para o nosso encolhimento. O Deus que agiu ontem irá agir hoje e irá agir amanhã.

 

2º – Quando clamamos por Jesus ele nos atende ainda que sejamos tímidos na fé (Mc 4.39,40). O Senhor nos socorre por sua misericórdia e não pela nossa muita fé. Se dependesse dela, confesso que há muito já teríamos perecido.

Contar a Experiência de Ana Celeste – quando bateu forte a cabeça.

 

3º – As experiência nos fazem crescer na fé (Mc 4.41). “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” As tempestades são pedagógicas, elas sempre têm algo a nos ensinar a respeito do nosso Deus. Aprendemos mais nelas do que quando não estamos passando por elas. Foi através desse episódio tremendo que os discípulos descobriram o quanto o Senhor Jesus era muito mais do que eles imaginavam. O Senhor se revelou como Deus aos seus discípulos na tempestade não na bonança.

A falta de fé vem por não conhecermos o nosso Deus como Ele realmente é. Foi isso que aconteceu com os discípulos naquela noite. Tanto que quando passa o medo da morte eles são acometidos por outro temor; o temor diante da deidade de Jesus.

Entenda uma coisa, não há como crescermos na fé sem passarmos pelas tempestades da vida. Nossa fé não irá desenvolver dentro do marasmo existencial, mas nas tormentas que a vida oferece.

ESSE TEXTO FALA DA HUMANIDADE E DIVINDADE DE JESUS  - Jesus era 100% humano e 100% divino. O texto nos informa que Jesus estava no barco com os apóstolos e estava dormindo sobre um travesseiro. Jesus estava fadigado. Tão cansado que adormeceu. Vemos aqui que não há nenhuma dúvida de Sua humanidade. Mas no momento em que Ele se levanta e acalma a tempestade os discípulos questionam quem é Ele. JESUS ERA HOMEM E NO ENTANTO GLORIOSAMENTE DEUS. Jesus foi 100% homem e 100% Deus. Deus e homem, duas naturezas, sem se misturar, e, no entanto, residentes na mesma pessoa.

4º – Nas bênçãos que o Senhor nos proporciona outros são abençoados também. Quando o mar se acalma os outros barcos também desfrutaram da bonança. A bênção do Senhor vem com tanta abundância que outros são abençoados também.

Veja o que Paulo nos fala a respeito de um crente dentro de casa e o que acontece com os outros membros da família que não são crentes (1Co 7.14); estamos falando aqui de “santificação conjugal”, santificação familiar e não de santificação espiritual produzida pela salvação de um homem.

O ponto aqui é que você, que foi regenerado, vai exercer um efeito positivo na medida em que sua presença naquele ambiente íntimo, na casa, no casamento… é sustentado pela graça e o poder de Deus para uma nova vida, e a benção de Deus que flui através dessa nova vida, irá atenuar o mal, que num casamento entre incrédulos seria pleno. Ou seja, haverá um efeito santificante num sentido temporal, num sentido terreno sobre o seu cônjuge descrente.

Quantas pessoas estão sendo abençoadas através de nós crentes em Jesus e nem se quer sabem que essas bênçãos procedem de Deus para eles através de cada um de nós.

 

CONCLUSÃO

Há uma frase muito comum em nosso meio que diz: “Com Jesus no barco tudo vai bem”. Isso é uma grande realidade, mas se nós o chamarmos para nos socorrer e não deixá-lo de lado achando que podemos resolver o nossos problemas sozinhos, ou, na pior das hipóteses, achar que Ele não tem poder para resolvê-lo. Isso é falta de fé. Isso é ser tímido e duvidar. Meu irmão se você está passando pela tempestade clame por Jesus e Ele, com certeza, lhe socorrerá.