sábado, 15 de junho de 2013

A PROVAÇÃO DE JESUS NO DESERTO

A PROVAÇÃO DE JESUS NO DESERTO

TEXTO: MATEUS 4: 1-11
INTRODUÇÃO
O significado da palavra tentar - A palavra grega é peirazein. Em português o significado mais comum para tentar é o de seduzir a alguém para que faça o mal, arrastá-lo ao pecado, procurar persuadi-lo para que escolha o caminho equivocado. Mas em realidade, sua acepção principal, embora pouco usual, é, o mesmo que em grego pôr à prova, mais que tentar, no sentido comum.
POR A PROVA - Uma das grandes histórias do Antigo Testamento é a de como Abraão quase chega ao ponto de sacrificar o seu filho Isaque. "Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova" (Gênesis 22:1).
Assim como o metal deve ser provado antes de usar-se na confecção de uma ferramenta, para ver se será capaz de suportar as tensões e esforços que deverá resistir, o ser humano deve ser posto à prova antes que Deus possa usá-lo para o cumprimento de seus propósitos.
PROPÓSITO DA PROVAÇÃO
·        não tem o propósito de nos fazer pecar, mas o de fazer que conquistemos o pecado
·        Não se propõe a nos transformar em homens maus, mas em homens bons.
·        Não tem como objetivo nos debilitar, e sim fazer que surjamos da prova mais fortes, puros e valiosos.
·         não é um castigo de nossa condição humana, e sim a glória de ser homens. É a prova que sobrevém ao homem que Deus quer usar.
O LUGAR DA PROVA
Deserto de Jesimom, que significa "a devastação" - 52 quilômetros por 25 quilômetros. Deserto de areia amarela e cheio de pedras recortadas. Vai de Jerusalem ao Mar Morto.
Jesus foi ao deserto para estar sozinho.  Deus lhe tinha falado; agora devia pensar como cumpriria a missão que Deus lhe havia encomendado; devia organizar seus planos antes de começar sua obra; tinha necessidade de estar sozinho.
Há certas coisas que devem refletir-se na solidão. Há momentos em que o conselho de outros não serve para nada. Há momentos quando a pessoa deve deixar de agir e ficar a pensar. É possível que a maioria dos enganos que cometemos se devam ao fato de que não nos damos a oportunidade de estar sozinhos com Deus.

1.     A CIRCUNTANCIA DA PROVAÇÃO
1.1  – DEPOIS DE UM MOMENTO ÁUREO - A REAÇÃO- Os três autores dos evangelhos sinóticos sublinham o fato de que as tentações seguiram imediatamente ao batismo. Marcos diz: "E logo o Espírito o impeliu para o deserto" (Marcos 1:12).

O CASO DE ELIAS - Com extraordinária coragem Elias, em total solidão, enfrentou e derrotou os profetas do Baal no Monte Carmelo (1 Reis 18:17-40). Esse foi o grande momento de coragem e testemunho de Elias. Mas a matança dos profetas do Baal provocou a ira da malvada Jezabel, e esta ameaçou tirar-lhe a vida. "Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba..." (1 Reis 19:3). O homem que tinha enfrentado intrepidamente a todos os que lhe puseram pela frente fugia, agora, açoitado pelo terror. Tinha chegado o momento da reação.

UMA DAS LEIS DA VIDA - Sempre, depois de algum grande momento, de alguma grande experiência, sobrevém o momento da reação. Parece  que quando nosso poder de resistência chegou a um de seus pontos máximos, produz-se uma queda em cadeia que o leva a um até o mais baixo ponto.

APROVEITANDO A VULNERABILIDADE - O tentador, cuidadosa, sutil e habilmente escolheu este momento para atacar a Jesus. Convém-nos estar em guarda depois daquelas oportunidades em que a vida nos levou a um de nossos momentos cúspides, porque é então quando estamos no maior perigo de cair ao abismo.

1.2   FOI UM CONFLITO INTERIOR E NÃO EXTERIOR

Foi um conflito que se travou em seu interior, em seu coração, mente e alma. A prova disto é que não existe uma montanha de onde possam ver-se todos os reino da Terra. Trata-se de um conflito interior. Mediante nossos pensamentos e desejos mais secretos é como o tentador chega até nós.

1.3 NOSSA LUTA É CONSTANTE
Não devemos pensar que nesta única campanha Jesus derrotou definitivamente ao Demônio, e que este nunca mais voltou a assediá-lo,
O tentador voltou a atacá-lo em Cesaréia de Filipe quando Pedro procurou dissuadi-lo de tomar o caminho da Cruz, ocasião em que teve que repetir as mesmas palavras com que tinha derrotado a Satanás no deserto: "Sai de diante de mim, Satanás!" (Mateus 16:23, TB). Ao terminar o dia Jesus pôde dizer a seus discípulos: "Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações" (Lucas 22:28).
E nunca em toda a história houve outra luta contra a tentação comparável a que Jesus travou no Getsemaní, quando o Demônio tentou fazê-lo abandonar o caminho da Cruz (Lucas 22:32-44).
"A vigilância eterna é o preço da liberdade." Na luta do cristão não há trégua. Ninguém nunca chegará ao estágio de estar além da provação.  Jesus nunca chegou a essa etapa. Teve que lutar sua batalha desde o começo até o final.
1.4 AS PROVAÇÕES OCORREM EM CIMA DOS DONS QUE TEMOS
As tentações que assaltam a Jesus são tentações que só podiam ter atacado a alguém que sabia que era capaz de fazer coisas maravilhosas.
Somos tentados em nossos dons. A pessoa que está dotada de atrativo será tentada a usar esse dom para "sempre fazer sua própria vontade". A pessoa dotada do poder de usar habilmente as palavras será tentada a usar seu domínio da linguagem para justificar de maneira enganosa seu comportamento. A pessoa que possui uma imaginação vívida e delicada deverá suportar a agonia de tentações que uma pessoa menos sensível jamais sofrerá. A pessoa que possui grandes dotes intelectuais será tentada a usar essas dotes para seu próprio benefício e não para servir a outros, para converter-se em amo e não em servo dos homens. Um dos aspectos mais sombrios da tentação é que precisamente é em nossos pontos fortes, e não em nossas debilidades, onde mais cuidado devemos exercer.
1.5 JESUS NARRA ESSA HISTÓRIA PARA NÓS
No deserto estava sozinho. Ninguém o acompanhava quando travou esta batalha. E conhecemos a história graças ao fato de que Jesus deve tê-la contado a seus discípulos.
Aqui temos o próprio Jesus que nos narra sua própria autobiografia espiritual. Devemos nos aproximar desta história com uma reverência particular e única, porque nela Jesus nos está despindo seu coração e sua mais íntima espiritualidade.
Está dizendo aos homens que provas precisou suportar. É a mais sagrada de todas as histórias sobre Jesus, e nela Jesus nos está dizendo que está em condições de ajudar a todos os que sejam tentados, porque ele mesmo precisou suportar a tentação mais atroz. Abre o véu que ocultava seus conflitos mais profundos para nos ajudar em nossos conflitos.





2.     O ATAQUE DO TENTADOR

2.1    TRANSFORME AS PEDRAS EM PÃES
Era a tentação a que Jesus usasse seus poderes de modo egoísta, para seu próprio benefício. E isto é precisamente o que sempre se negou a fazer. Não há homem ou mulher que não se sinta tentado alguma vez em sua vida a usar de modo egoísta os dons que recebeu de Deus. EX: cantar bem, teatralizar, falar bem...
Era a tentação de basear seu ministério em bens materiais – dando pães aos pobres. Isso seria subornar os homens para que o seguissem. Seria  persuadi-los a segui-lo pelos benefícios que podiam receber dEle, e a única recompensa que Jesus podia oferecer era uma cruz. CONTRA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE. De modo que Jesus responde ao tentador com as mesmas palavras que expressam a lição que Deus quis ensinar a seu povo quando peregrinava pelo deserto: "Não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem" (Deut. 8:3). A única maneira de possuir uma satisfação plena é aprender a depender totalmente de Deus.

2.2   EM UMA VISÃO LEVOU A JESUS ATÉ A PARTE MAIS ALTA DO TEMPLO E ORDENOU QUE PULASSE (SALMO 90:11-12).
JESUS NÃO QUERIA BASEAR SEU MINISTÉRIO EM MARAVILHAS.
Quem escolhe atrair a lealdade dos homens mediante ações maravilhosas, oferecendo a eles experiências sensacionais, adotou um método sem futuro algum. A razão é muito simples. Para conservar seu poder deve produzir ações cada vez mais sensacionais. O QUE É  pão para hoje É fome para amanhã.
Em segundo lugar, essa não é maneira de usar os poderes divinos. "Não tentarão ao Senhor teu Deus" (Deut. 6:16). Isto é exatamente o que Jesus queria dizer. Não tem sentido provar a Deus para ver até onde o pode obriga-LO a agir. Deus espera que qualquer ser humano aceite riscos quando se trata de ser fiel a seu mandato, mas não que alguém procure o risco para enaltecer seu próprio prestígio. A fé que depende de maravilhas e sinais não é uma autêntica fé. Se a fé não pode acreditar sem recorrer às sensações não é verdadeiramente fé, mas sim dúvida que quer provas e que as busca equivocadamente.
2.3   "TUDO ISTO TE DAREI SE PROSTRADO ME ADORARES."
Não havia dito o mesmo Deus a seu escolhido: "Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão" (Salmo 2:8). O que o tentador estava dizendo a Jesus era "Entremos em acordo! Seguirão a ti sem exigências...
A tentação, neste caso, consistia em comprometer a pureza do evangelho em vez de apresentar sem atenuante algum as exigências de Deus para o mundo. Era a tentação de procurar avançar começando com uma retirada, de tentar trocar o mundo fazendo-se igual ao mundo. Acordo com o inimigo, negociando a fé.
A réplica de Jesus não demorou para fazer-se ouvi. “Ao SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás” (Deut. 6:13). Jesus estava plenamente seguro de que jamais poderemos derrotar o mal, começando a fazer concessões ao mal. Deste momento em diante estabeleceu o caráter insubornável da fé cristã. O cristianismo não pode descer até o nível do mundo.
CONCLUSÃO
De modo que Jesus tomou sua decisão:
·        Decidiu que nunca subornaria os homens para O seguirem;
·        decidiu que o seu não seria um caminho de sensacionalismos;
·        decidiu que não podia comprometer com o mal a mensagem que pregava ou a fé que demandava como resposta a essa mensagem.
Esta escolha significava inevitavelmente a cruz, mas a cruz, com a mesma inevitabilidade, significava também a vitória final.
DEPOIS DA PROVA PRECISAMOS CHEGAR A ESSAS DECISÕES, NA DIREÇÃO DE DEUS E ORIENTADOS POR SUA PALAVRA