ESTUDOS BIBLICOS


 DEUS RESPONDE AS ORAÇÕES 
Texto: Mateus 7:7-12
7  Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8  Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.
9  Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?
10  Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
11  Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?
12  Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.

Introdução
            Essa parábola ensina-nos sobre uma verdade essencial da vida cristã: a necessidade da oração. Por várias vezes já ensinamos sobre a oração e é interessante observarmos que Deus está procurando por intercessores: "E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. " (Ez 22:30).  Problema é que poucos realmente exercitam uma vida de oração.
            Jesus provinha de uma nação que amava a oração. Os rabinos judeus disseram algumas das coisas mais belas que ninguém jamais disse com respeito à oração. "Deus está tão perto de suas criaturas como a orelha está perto da boca." "Os seres humanos dificilmente podem ouvir a duas pessoas que falam ao mesmo  tempo, mas Deus é capaz de nos ouvir a cada um de nós, mesmo que todo mundo clame a Ele em um mesmo momento". "O homem se  incomoda quando o chateiam os pedidos de seus amigos, mas no  caso de Deus, cada vez que alguém eleva a Ele suas necessidades, mais o ama."  Jesus tinha sido educado no amor da oração. Nesta passagem nos oferece a carta fundamental cristã da oração. 
Definição/discussão
            Jesus usou três termos simples para representar a garantia incontestável de que o que pedirmos com fé e pedir de acordo com a Sua vontade, Ele nos concederá: pedir, buscar e bater. Richard Glover apresenta uma explicação profunda sobre a aplicação desses três termos: “Se uma criança  quer conseguir algo do pai qual seu procedimento? Se o pai está perto ele pede. Se não está por perto nem a vista o filho procura e ao achar ele pede. Se o Pai estiver fora do alcance , num quarto fechado para não ser perturbado naquele instante, a criança bate até conseguir a atenção e fazer seu pedido. Todos que buscam a Deus em oração entendem bem esses passos”.
            Nosso Senhor nos assegura por três vezes que se pedirmos, receberemos, se buscarmos, acharemos  e, se batermos, a porta se abrirá. Fausset diz: “ Pedimos aquilo que desejamos, procuramos aquilo que nos falta; batemos em busca daquilo que está fora do nosso alcance. Quando pedimos pão não recebemos pedra, quando pedimos peixe, não recebemos cobras. Deus é bom e a forma divina de responder as orações é sempre boa para nós.
            Se os pais terrenos dão boas coisas aos filhos, o Pai dos céus não nos dará algo excelente? Sim nos dará o melhor que possui: “O Espírito Santo”. Todo aquele que pede, busca, procura, bate... recebe de deus algo muito bom. Ninguém sai da presença de deus sem ser atendido. Talvez sua oração não seja respondida naquele momento ou da maneira e forma que espera. Tanto o Não como sim são respostas possíveis. Paulo orou três vezes para que seu espinho na carne fosse retirado e a resposta a sua oração foi a concessão da graça para suportar a sua provação.
            Jesus escolhe seus exemplos com cuidado. Escolhe três, porque Lucas acrescentará mais um aos dois que temos em Mateus. Se o filho pedir pão, seu pai lhe dará uma pedra? Se o filho pedir um peixe, o pai lhe dará uma serpente? Se o filho  pedir um ovo, o pai lhe dará um escorpião? (Lucas 11:12).
            É importante que nos três exemplos, os dois objetos mencionados são de aparência semelhante. As pedras arredondadas que cobriam a costa do mar eram exatamente da forma, do tamanho e da cor de pequenos pães. Se um filho pedir pão a seu pai, acaso este se rirá dele, oferecendo-lhe uma pedra, que possa confundir-se com um pão, porque seu aspecto é similar, mas que não se pode comer? Se o filho pede peixe, poderá o pai lhe dar uma serpente? A  serpente, neste caso, provavelmente seja uma  enguia. Segundo as leis judias a enguia não se podia comer, porque era um peixe impuro por não ter barbatanas nem escamas (Levítico 11:12). Se o filho pede peixe a seu pai, este lhe dará um peixe, mas um peixe que está proibido comer? Zombará um pai deste modo da  fome de seu filho? E se o filho pede um ovo, seu pais lhe dará um escorpião? O escorpião é um animal pequeno e perigoso. Em movimento, parece-se com uma lagosta de mar, aferra-se a sua vítima com duas pinças que tem nas extremidades de suas patas dianteiras, a picada pode ser muito dolorosa, e às vezes fatal. Quando o escorpião descansa, recolhe as patas, pinças e cauda e há uma espécie de escorpião pálido que pode confundir-se muito  facilmente com um ovo. Se o filho pedir um ovo, há de seu pai enganá-lo, oferecendo-lhe, em seu lugar, um escorpião venenoso?
            Deus nunca se negará a ouvir nossas orações, e nunca se rirá de nossos pedidos. Os gregos tinham em sua mitologia histórias de deuses que respondiam às orações de seus fiéis, mas estas respostas sempre tinham alguma armadilha, eram armas de dois gumes. Nosso Deus não age assim conosco, o que Ele nos dá em resposta a oração é sempre melhor do que o que realmente pedimos.

Aplicação prática

            Podemos extrair uma lição de tudo isto. Deus responderá sempre nossas orações, mas o fará à sua maneira, e sua maneira será a da perfeita sabedoria e o perfeito amor que o caracterizam. Freqüentemente, se respondesse nossas orações tal como nós o desejamos, o resultado seria o pior possível para nós, porque em nossa ignorância costumamos pedir coisas que em vez de nos beneficiar nos prejudicariam. Este dito de Jesus afirma não somente que Deus responderá nossas orações, mas sim o fará com sabedoria e amor.
            Embora esta seja a carta fundamental da oração cristã, impõe-nos certas obrigações. Em grego há duas formas imperativas do verbo. A primeira é o imperativo aoristo, que pronuncia uma ordem definida e limitada. Os imperativos que aparecem aqui são imperativos presentes, e seu significado, portanto, é "Peçam sempre, e sigam pedindo; procurem sempre, e sigam procurando, batam sempre, e sigam batendo." Jesus nos diz que devemos persistir na oração; diz-nos que não devemos desanimar. É evidente que nisto reside a prova de nossa sinceridade. Queremos  realmente o que estamos pedindo? É algo de tal natureza que podemos voltar a levá-lo, uma e outra vez, ao trono da graça divina? Porque a prova do valor de qualquer desejo, sempre será se posso pedir a Deus por ele, em oração. Jesus estabelece, nesta passagem, a dupla realidade de que Deus sempre responderá nossas orações a sua maneira, em sabedoria e amor; e que devemos levar ante Deus uma vida de infatigável oração, que demonstre a validez das coisas pelas quais pedimos e a validez de nossa sinceridade ao pedi-las. 

Perguntas para discussão

Restauração/ Benefícios
      A oração é uma atitude, postura de vida, que devemos assumir na nossa caminhada cristã. É  manter com Deus uma comunicação freqüente (que envolve louvor, adoração, gratidão, petição, acordos, súplicas...), isso fortalece nosso  relacionamento com o Pai.
      Precisamos colocar-nos no lugar da benção, e esse lugar é em oração. Estar em oração implica em estarmos na perspectiva de Deus, numa visão espiritual acertada. Além de tudo orar significa desenvolver o hábito de prestar atenção em Deus, esperar, ficar imóvel, confiar, aquietar-se e, além de tudo,  ouvir e obedecer.
      Essa parábola é encerrada com um ordem de Jesus: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles”. Pois se Deus é bom para conosco devemos manifestar a bondade de Deus às outras pessoas.
Referências bibliográficas
            BOL – Bíblia Online.  Bíblia de Referência Thompson. Bíblia da Mulher, Dicionário Aurélio.
            S.E.McNAIR. A BIBLIA EXPLICADA
            HERBERT LOCKYER. Todas as parábolas da Bíblia. São Paulo. Vida, 2009
            COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY
            NOVO COMENTÁRIO DA BIBLIA
            CARSON.D.A. O COMENTÁRIO DE MATEUS. São Paulo. Shedd, 2010