quarta-feira, 7 de agosto de 2019

QUEM É JESUS PARA VOCÊ?


QUEM É JESUS PARA VOCÊ?
TEXTO: MATEUS 16: 1 – 27

1.     CEGOS AOS SINAIS - Mateus 16:1-4

FARISEUS E SADUCEUS - A hostilidade, assim como a necessidade, faz com que as pessoas mais estranhas se unam.
É um fenômeno fora do comum encontrar uma união de saduceus e fariseus. Eles sustentavam crenças e políticas diametralmente opostas.

FARISEUS
SADUCEUS
viviam segundo as minúcias e os detalhes da lei oral e a dos escribas
rechaçavam imediatamente tal lei, e só aceitavam a palavra escrita da Bíblia como sua norma de vida.
acreditavam em anjos e na ressurreição da carne
Não
não eram um partido político. Estavam dispostos a viver sob qualquer governo que lhes permitisse observar seus princípios religiosos.
eram a pequena aristocracia enriquecida, o partido colaboracionista e estavam muito dispostos a servir e ajudar ao governo romano a fim de manter sua riqueza e privilégios
esperavam e desejavam a chegada do Messias
NÃO

Paulo fez uso desta oposição quando enfrentou o julgamento do Sinédrio (Atos 23:6-10).
Teria sido impossível encontrar duas seitas e partidos mais diferentes; e entretanto, uniram-se em seu malvado desejo de eliminar a Jesus. Todo engano tem uma coisa em comum: é hostil a Cristo.
O que fariseus e saduceus exigiam era um sinal - os judeus tinham o costume de esperar que um profeta ou líder legitimasse sua mensagem mediante algum sinal extraordinário (Mateus 12:34-40).
A resposta de Jesus é que o sinal está aí, pode ser visto. Os judeus conheciam muito bem os fenômenos climáticos. Sabiam que o céu vermelho ao entardecer anunciava bom tempo; e que um céu vermelho pela manhã indicava que se aproximava uma tormenta. Mas eram cegos aos sinais dos tempos.
O sinal de Jonas - o sinal de Jonas (Mateus 12:38-40). O sinal de Jonas foi o próprio Jonas e sua mensagem de Deus. Foi o surgimento do profeta e a mensagem que trazia o que mudou a vida do povo de Nínive.
Jesus é que o sinal de Deus é o próprio Jesus e sua mensagem.
É como se lhes dissesse: "Em Mim vocês se ENCONTRAM com Deus e com a SUA verdade  Que mais podem necessitar? Mas são tão cegos que não podem vê-lo."


2.     A LEVEDURA PERIGOSA - Mateus 16:5-12

Eles VIAJARAM os discípulos tinham esquecido de levar pão. Por alguma razão, sentiam-se muito preocupados por seu descuido. Jesus lhes disse: "Olhem, guardem-se da levedura dos fariseus e dos saduceus." Ora, a palavra levedura tem dois sentidos.
1.     Tem um sentido físico e literal. A levedura era uma pequena parte de massa fermentada, e sem levedura nos ingredientes não se podia cozinhar o pão.
Estar sem pão significava que se quisessem deviam comprá-lo dos gentios do outro lado do lago. Ora, nenhum judeu que fosse estritamente ortodoxo podia comer pão que tinha sido cozido, tocado ou amassado por um gentio. De maneira que o problema de obter pão do outro lado do lago era algo insolúvel. Os discípulos se esqueceram de levar pão e podem ter pensado que Jesus dizia: "Vocês esqueceram o pão que é puro, cuidem-se de não se sujarem quando chegarem ao outro lado do lago ao comprar pão que contém levedura impura." MAS NÃO ERA ISSO
Os discípulos só pensavam no pão. De maneira que Jesus lhes pediu que lembrassem. "Lembrem-se", disse-lhes Jesus, "da alimentação dos cinco mil, e dos quatro mil; e lembrem quanto houve para comer e tudo o que sobrou. E quando vocês relembrarem estas coisas, sem dúvida deixarão de se preocuparem. Vocês já viram que, estando Eu presente, essas insignificâncias se solucionaram, e se podem voltar a solucionar. Não se preocupem mais e tenham confiança em mim."

2.     sentido metafórico. Levedura era a expressão metafórica que empregavam os judeus para referir-se a uma má influência. Para a mentalidade judia, a levedura sempre simbolizava o mal. Fermentava a massa. O judeu identificava fermentação com putrefação: a levedura representava tudo o que é mau, corrupto, podre. -  ensino e as crenças dos fariseus e saduceus.
Qual seria essa má influência dos fariseus e saduceus?
(1) Os fariseus viam a religião em termos de leis, mandamentos, normas e regras. Viam a religião em termos de ritual externo e pureza exterior. ERA viver no legalismo e religião. É uma advertência contra uma religião de coisas exteriores.
(2) Os saduceus tinham duas características: Eram ricos e aristocráticos, e estavam muito comprometidos com política. De maneira que o que Jesus dizia podia ser o seguinte: "Cuidem-se para jamais identificar o reino do céu com bens externos e de fixar suas esperanças em convertê-lo em uma atividade política." Uma advertência contra a tendência a dar muita importância às coisas materiais .


3.     O CENÁRIO DO GRANDE DESCOBRIMENTO - Mateus 16:13-16

Aqui temos o relato de um dos retiros de Jesus. Aproximava-se o fim e necessitava todo o tempo que pudesse para estar a sós com seus discípulos. Tinha tantas coisas a lhes dizer e tantas coisas a lhes ensinar, embora houvesse muitas coisas que eles não podiam tolerar nem compreender. Com esse fim se retirou aos distritos da Cesareia de Filipe. Cesareia de Filipe se encontra a uns quarenta e seis quilômetros ao nordeste do mar da Galileia. Estava fora do território pertencente o Herodes Antipas, governador da Galileia, e dentro da região pertencente o Felipe o tetrarca. A maior parte da população não era judia e ali Jesus estaria tranqüilo e poderia ensinar aos Doze.

Jesus nos últimos momentos com seus dias na carne contados. Só uma coisa importava: Havia alguém que podia entendê-lo?
Havia alguém que o tinha reconhecido pelo que era e por quem era?
Havia alguém que, uma vez que ele se fosse da carne, continuaria sua obra e trabalharia para seu Reino?
Não cabe a menor dúvida de que se tratava de um problema crucial que afetava a própria sobrevivência da fé cristã. Se não havia ninguém que tivesse compreendido a verdade, ou ao menos a tivesse vislumbrado, todo seu trabalho desapareceria. De maneira que Jesus se propôs a pôr tudo isto à prova e perguntar a seus seguidores quem eles criam que Ele era.
O CENÁRIO
O lugar onde Jesus fez a pergunta reveste-se de um profundo interesse. Pode haver poucos lugares que suscitassem mais associações religiosas que Cesareia de Filipe?
(1) O território estava coberto de templos do antigo culto ao Baal sírio. Não menos de quatorze desses templos nas proximidades. Tratava-se de um território cujo próprio ar   exalava a antiga religião dos deuses da antiguidade.

(2) Perto de Cesareia de Filipe se erguia uma grande colina e nela havia uma caverna profunda. Dizia-se que nessa caverna tinha nascido Pão o deus da natureza. Cesareia de Filipe tinha o nome original de Panias, e, até atualmente recebe o nome do Banias. As lendas dos deuses gregos se reuniam ao redor de Cesareia de Filipe.
(3) Além disso, afirmava-se que nessa caverna era onde surgiam as fontes do Jordão. Josefo escreve: "Trata-se de uma cova muito espaçosa na montanha debaixo da qual há uma grande cavidade na terra. A caverna é abrupta e prodigiosamente profunda e cheia de águas tranquilas. Por cima se eleva uma montanha muito alta e por baixo da caverna brotam as fontes do rio Jordão." A mera ideia de que este fosse o lugar de onde surgia o rio Jordão trazia a lembrança o passado judeu com o ar da antiga fé do judaísmo.
(4) Em Cesareia de Filipe havia um grande templo de mármore branco construído à divindade de César. Foi construído por Herodes o Grande. Josefo diz: "Herodes adornou mais ainda o lugar, que já era muito notável, com a construção deste templo, que dedicou a César." Mais adiante, Felipe, o filho de Herodes, embelezou e enriqueceu o templo ainda mais – a cidade de César – e acrescentou seu próprio nome – Filipo que significa de Felipe – para diferenciá-la da cidade da Cesareia que estava sobre as costas do Mediterrâneo. Representava o poderio e a divindade de Roma.

VEJAM UMA IMAGEM DRAMÁTICA: um carpinteiro da Galileia, sem um centavo, sem lar, com doze homens muito simples a seu lado. Nesse momento a elite ortodoxa de sua época está elaborando um plano mediante o qual pensa eliminá-lo e destruí-lo como um herege perigoso. Encontra-se em uma região cheia de templos dos deuses sírios; em um lugar que contemplavam os deuses gregos; em um lugar onde a história do Israel enchia as mentes dos homens, onde o esplendor de mármore branco da casa em que se rendia culto a César dominava a paisagem e obrigava à vista a posar-se nele. E ali – entre todos os lugares possíveis – se ergue este surpreendente carpinteiro e pergunta aos homens quem acreditam que Ele é, e espera a resposta: o Filho de Deus.
É como se Jesus se levantasse a propósito contra o pano de fundo das religiões do mundo em toda sua história e seu esplendor e exigisse que o comparassem com elas e que se decidissem em favor dEle.
Há poucas cenas em que a consciência de sua própria divindade brilha com uma luz mais maravilhosa em Jesus.


4.     QUEM JESUS É PRA VOCÊ?  - Mateus 16: 15

QUEM DIZEM QUE EU SOU?

- Alguns diziam que era João Batista (como Herodes Antipas)
- Outros diziam que era Elias. Ao fazê-lo afirmavam duas coisas sobre Jesus. Diziam que era tão grande como o maior dos profetas “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR” (Malaquias 4:5). Até o dia de hoje os judeus esperam a vinda de Elias antes da chegada do Messias, e até o dia de hoje deixam uma cadeira vazia para Elias quando celebram a Páscoa, porque quando chegar Elias, o Messias não demorará.
- Alguns diziam que era Jeremias. Jeremias ocupava um lugar estranho nas expectativas do povo de Israel. Acreditavam que antes que o povo partisse para o exílio Jeremias tinha tirado o arca e o altar do incenso do templo e os tinha oculto em um lugar solitário no Monte Nebo e que, antes da chegada do Messias, Jeremias voltaria e os devolveria e a glória de Deus voltaria para povo (2 Macabeus 2:1-12). Em 2 Esdras 2:18 a promessa de Deus é: "Para sua ajuda enviarei a meus servos Isaías e Jeremias."
Há uma lenda muito curiosa dos tempos das guerras macabeias. Jeremias, o profeta de Deus entregou a Judas uma espada de ouro, e ao dá-la, pronunciou estas palavras: 'Recebe, como presente de parte de Deus esta espada sagrada com a qual destroçarás aos inimigos."' (2 Macabeus 15:13-16).
Jeremias ERA a ajuda para seu povo em tempos de perigo PERTO DA VINDA DO MESSIAS.
Quando as pessoas identificavam a Jesus com Elias ou com Jeremias, elas o estavam elogiando e lhe dando um lugar muito alto, porque Jeremias e Elias eram nada menos que os precursores esperados do Ungido de Deus. Quando eles chegassem o Reino estaria muito perto.

Quando Jesus ouviu o veredicto da multidão, formula a pergunta fundamental: "E vós, quem dizeis que sou eu?" E Pedro faz seu grande descobrimento e sua grande confissão, e Jesus sabe que sua obra está a salvo porque pelo menos há uma pessoa que o compreende.
É interessante assinalar que cada um dos três evangelhos tem sua própria versão das palavras do Pedro. Mateus diz: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." Marcos é o mais sucinto de todos (Marcos 8:19): "Tu és o Cristo." Lucas é o mais claro (Lucas 9:20): "O Cristo de Deus."
Agora Jesus sabia que pelo menos uma pessoa o tinha reconhecido como o Messias, o Ungido de Deus, o Filho do Deus vivo. O Messias, o Cristo, o Ungido de Deus é o Rei divino de Deus sobre os homens.

Nesta passagem há duas grandes verdades.
(1) Em essência, o descobrimento do Pedro expressa que as categorias humanas, inclusive as mais excelsas eram inadequadas para descrever a Jesus Cristo. Jesus era o Filho do Deus vivente. Nenhuma descrição meramente humana era adequada para referir-se a Jesus Cristo.
(2) Esta passagem nos indica que nossa descoberta de Jesus Cristo deve ser uma descoberta pessoal. A pergunta de Jesus é: "Você, o que pensa você de mim?" Quando Pilatos perguntou a Jesus se era o rei dos judeus, a resposta de Jesus foi: "Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito?" (João 18:33-34). Nosso conhecimento de Jesus jamais pode ser de segunda mão. Alguém pode conhecer tudo o que se tem dito a respeito de Jesus; pode conhecer todas as cristologias concebidas pela mente do homem; pode ser capaz de brindar um resumo competente do ensino sobre Jesus que fizesse cada pensador e teólogo do mundo – e, entretanto, não ser cristão. O cristianismo nunca consiste em conhecer algo sobre Jesus; sempre consiste em conhecer a Jesus. Jesus Cristo exige um veredicto pessoal. Não só perguntou a Pedro; pergunta a cada homem: "Você, o que pensa a meu respeito?"

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