COM JESUS NO GETSEMANI
Mateus 26:36-56 Almeida
Revista e Corrigida 2009 (ARC)
36 Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus
discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. 37 E,
levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a
angustiar-se muito. 38 Então, lhes disse: A
minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai
comigo. 39 E, indo um pouco adiante, prostrou-se
sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim
este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. 40 E,
voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro:Então,
nem uma hora pudeste vigiar comigo? 41 Vigiai e
orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca.42 E, indo segunda
vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu
o beber, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando,
achou-os outra vez adormecidos, porque os seus olhos estavam carregados. 44 E,
deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.45 Então,
chegou junto dos seus discípulos e disse-lhes: Dormi, agora, e repousai;
eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos
pecadores. 46 Levantai-vos, partamos; eis que é
chegado o que me trai.
¶ E, saindo, foi, como costumava, para o Monte
das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram.
E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai,
para que não entreis em tentação.
E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.
E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.
E apareceu-lhe um anjo do céu, que o
fortalecia.
E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.
E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza.
E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.
E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.
E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza.
E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.
“Jesus teve as
mesmas tentações que nós temos, ainda que ele nunca cedeu a elas nem pecou” --
é o que diz a Bíblia (Hb 4.15, BV).
1.
CAMINHANDO ATÉ A PORTA DO JARDIM
Em certa altura do Monte das Oliveiras, a 830 metros de altura, fica o Jardim do Getsêmani (prensa de azeite, onde as azeitonas eram esmagadas até virar azeite), do outro lado do ribeiro Cedrom, lugar onde costumeiramente Jesus e seus discípulos oravam (Jo 18.2). Foi exatamente ali que aconteceu a última e mais feroz tentação de Cristo.
PORQUE O
JARDIM DO GETSEMANI?
Quando nosso
Senhor terminou de comer a Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi
com eles ao Monte das Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani. O que o
induziu a selecionar esse lugar para que fosse a cena de sua terrível agonia?
Porque haveria de ser arrastado ai por seus inimigos de preferência a qualquer
outro lugar?
A) Por acaso é
difícil que entendamos que assim como num jardim a auto-complacência de Adão
nos arruinou, também em outro jardim as agonias do segundo Adão deveria nos
restaurar? O Getsemani ministra as medicinas para curar os males que foram a
consequência do fruto proibido do Éden. Nenhuma flor que tenha florescido nas
ribeiras do rio repartido em quatro braços foi alguma vez tão preciso para
nossa raça como foram essas ervas amargas que com dificuldade cresciam as
margens do enegrecido e sombrio ribeiro de Cedrom o foram.
B) No jardim - O detalhe de que o Getsêmani ficava
do outro lado de Cedrom (Jo 18.1), lembra a experiência mais dramática de Jacó,
quando ele lutou com Deus e venceu, do lado de cá do ribeiro Jaboque. Era um
ambiente aberto e bucólico, numa madrugada
de lua cheia.
C) pode ser que nosso Senhor tenha escolhido o
jardim porque, necessitado de qualquer recordo que o ajudasse no conflito,
sentia o refrigério que lhe viria ao lembrar-se das horas passadas
transcorridas ali com tanta quietude. Ali tinha orado, e obtido força e
consolo. Essas enroladas e retorcidas oliveiras o conheciam muito bem; não
havia no jardim uma só folha sobre a que Ele não houvera se ajoelhado. Ele
havia consagrado esse lugar para comunhão com Deus. Não é nenhuma surpresa,
então, que tenha preferido essa terra privilegiada. Assim como um enfermo
escolheria estar em sua própria cama, assim Jesus escolheu suportar sua agonia
em seu próprio oratório, onde as lembranças dos momentos de comunhão com Seu
Pai estariam de maneira vivida diante Dele.
D) Porem, provavelmente, a principal razão
para ir ao Getsêmani foi que era um lugar muito conhecido e frequentado por
Ele, e João nos diz: “e também Judas, o que o
entregava, conhecia aquele lugar.” Nosso Senhor não desejava se esconder, não
precisava ser perseguido como um ladrão, ou ser buscado por espias. Ele foi
valorosamente ao lugar onde seus inimigos conheciam que Ele tinha o costume de
orar, pois Ele queria ser tomado para sofrer e morrer. Eles não o arrastaram ao
pretório de Pilatos contra sua vontade, mas sim que foi com eles
voluntariamente. Quando chegou a hora de que fosse traído, ali Ele estava, num
lugar onde o traidor poderia o encontrar facilmente, e quando Judas o traiu com
um beijo, sua face estava pronta para receber a saudação traidora.
Logo na
entrada do jardim, Jesus deixa alguns discípulos no ponto “A” e leva outros
três para o ponto “B”, um pouco mais na frente. Em seguida, sozinho, avança
mais um pouco e chega ao ponto “C”. Depois, faz duas vezes o percurso de ida e
volta entre o ponto “C” e o ponto “B”. Ele parece agitado. O que era muito
razoável, já que, nos momentos seguintes, ele seria traído com um beijo, negado
três vezes pelo próprio Pedro, condenado como réu de morte por um tribunal
religioso, açoitado, espancado, ridicularizado (cruz de espinhos na cabeça e
cetro de caniço na mão direita), entregue para ser morto pela justiça romana e
pregado cruz. Se ele não
estivesse disposto a beber o cálice, nada disso aconteceria.
2.
NO JARDIM - A AGONIA DE JESUS
“Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a
sua alma se puser por expiação do pecado” (Isaías 53:10) “Mas o Senhor carregou nele o
pecado de nós todos.” Ao que não conhecia pecado, por nós o fez pecado. Então, isso
é o que ocasionou que o Salvador experimentava uma extraordinária depressão.
Ele estava próximo a “que pela graça de Deus provasse
a morte por todos,” e levar a maldição que os pecadores mereciam. Porque esteve
no lugar dos pecadores, sofreu no lugar deles. Aqui está o segredo dessas
agonias que não é possível declarar ordenadamente diante de vocês, tão certo é
que:
a) O QUE SIGNIFICAVA CARREGAR COM O PECADO?
JESUS Como Deus, era perfeitamente santo e
incapaz de pecar, e como homem estava sem mancha original, puro e sem nenhuma
contaminação; no entanto, teve que carregar com o pecado, ser levado como bode
expiatório carregando com a iniquidade de Israel sobre sua cabeça, ser tomado e
feito uma oferenda pelo pecado, e como uma coisa desprezível (pois nada era
mais desprezível que a oferenda do pecado), ser levado fora do acampamento e
ser totalmente consumido pelo fogo da ira divina.
E como Lutero o
expressou, ser visto por Deus como se Ele fosse todos os pecados do mundo, e
como se Ele houvesse cometido todo o pecado que foi cometido em todos os tempos
por Seu povo, pois todo esse pecado foi colocado sobre Ele, e sobre Ele devia
tombar toda a violência que esse pecado exigia; Ele de tinha que ser o centro
de toda a vergonha e carregar sobre Ele com todo o que deveria recair sobre os
culpados filhos dos homens.
Estar nessa posição quando já era uma
realidade deve ter sido muito terrível para a alma santa do Redentor. Também a
mente do Salvador estava fixamente concentrada na aborrecível natureza do
pecado. O pecado sempre foi algo aborrecível para Ele. Provavelmente nesse
momento teve uma visão como homem, mais clara do que em qualquer outro momento,
do amplo alcance e do mal do pecado que a tudo contamina, e um sentido da
negrura de suas trevas, e da desesperada condição de culpa como um ataque
direto sobre o trono, sim, e sobre o próprio ser de Deus. Ele viu em sua
própria pessoa até onde poderia chegar o pecador, como podiam vender a seu
Senhor como Judas, buscando destruí-lo como os judeus fizeram.
Sua alma estava triste ao pensar que tinha que
carregar com todo esse mal e tinha que ser contado entre tais transgressores,
ser ferido por suas transgressões, e golpeado por suas iniquidades. Nem as
feridas nem os golpes o afligiam tanto como o pecado mesmo, e isso
sobrecarregava completamente Sua alma.
B) PAGAR
A PENA PELO PECADO
Sem dúvida nesse momento a pena pelo pecado
começou a ser percebida por Jesus no jardim: primeiro o pecado, que o havia posto na posição de um substituto que
sofre, e depois a pena que devia suportar, ao estar nessa posição de
substituto. Lamento ao máximo esse tipo de teologia que é tão comum nesses
dias, que busca depreciar e diminuir nosso entendimento dos sofrimentos de nosso
Senhor Jesus Cristo. Irmãos, não foi um sofrimento insignificante esse que
recompensou a justiça de Deus pelos pecados dos homens. Jamais temo exagerar
quando falo do que meu Senhor teve que suportar. Todo o inferno foi destilado
nessa copa, da qual nosso Deus e Salvador Jesus Cristo foi obrigado a beber.
Não era sofrimento eterno, mas devido que Ele
é divino, pode oferecer a Deus em um curto tempo o desagravo de sua justiça,
que os pecadores no inferno não poderiam ter oferecido ainda que sofressem em suas
pessoas por toda a eternidade. A dor que quebrantou o espírito do Salvador, o
grande oceano sem fundo de angustia inexpressável que inundou a alma do
Salvador quando morreu, é tão inconcebível, que não posso me aventurar muito
longe, para não ser acusado de um vão intento de expressar o inexpressável. Ser
tratado como um pecador, ser castigado como um pecador, ainda que Nele não
havia pecado, tudo isso é o que ocasionava Nele a agonia a que nosso texto se
refere.
C) ABANDONADO NA SUA
DOR PELOS AMIGOS MAIS ÍNTIMOS
Jesus veio aos apóstolos como se buscasse a
compreensão e a afeição deles, em seu isolamento e em sua profunda tristeza.
Mas eles dormiam. "Esperei por piedade, mas debalde; por consoladores e
não os achei" (Salmo 69:20). Ele disse a Pedro: "Então nem uma hora
pudestes vós vigiar comigo?" (Mateus 26:40). A tentação estava bem perto.
Eles precisavam estar atentos; eles precisavam orar.
Na companhia de Pedro, Tiago e João, Jesus “começa a entristecer-se e a angustiar-se” (Mt 26.37). Antes, ele não estava nem triste nem angustiado, a ponto de afirmar aos seus discípulos, enquanto no cenáculo: “Tenho-lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa” (Jo 15.11).
Desabafo: “A minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt
26.38). O texto é mais dramático na NTLH: “A tristeza que estou sentindo é tão
grande, que é capaz de me matar”.
D. QUAL ERA A TENTAÇÃO DE JESUS?
ELE ora ao seu Pai: “Meu
Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu
quero, mas sim como tu queres” (Mt 26.39). O teor dessa oração, que seria
repetida duas vezes, mostra qual é a tentação pela qual Jesus está passando =
não beber o cálice transbordante da ira de Deus que iria atingir o ser humano
por culpa do seu pecado, caso ele não o bebesse. Alguns dias antes, estando
ainda em Cesareia de Filipe, ao norte da Galileia, ele havia sido tentado por
Pedro a ter compaixão de si mesmo e evitar a cruz (Mt 16.21-23)
O CÁLISE
Isaías informa-nos que
"o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Isaías
53:6). Paulo disse: "Aquele que não conheceu pecado, ele [Deus] o fez
pecado por nós" (2 Coríntios 5:21). Uma vez que Deus o fez pecado por todo
o mundo, podemos estar certos de que todos os pecados desde o primeiro,
cometido por Eva, até o último a ser cometido pelo último homem S todos se
fizeram um só fardo de terror acumulado sobre "o Cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo". Aquele que não tinha pecado estava prestes a ser a nossa oferta pelo pecado. Ele sabia que,
por causa de nossos pecados, Deus, o Pai, haveria de abandoná-lo por um breve
instante. Na cruz, Jesus exclamou: "Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?". Embora Deus o amasse como Filho, teve de voltar as costas
para Jesus por causa dos nossos pecados.
3. A VITÓRIA NO JARDIM
QUAL FOI O ALÍVIO DE NOSSO SENHOR EM TUDO
ISSO?
A) Ele
buscou ajuda na companhia dos homens, e era muito natural que assim o
fizesse. Deus criou em nossa natureza humana uma necessidade de simpatia. É
perfeitamente normal que nós esperemos que nossos irmãos vigiem conosco em
nossa hora de provação; porem, nosso Senhor deu-se conta que os homens não eram
capazes de ajudá-lo; sem importar quanto seus espíritos queriam ajudar, sua
carne era fraca. Então, o que fez?
B) Recorreu
à INCESSANTE oração, e especialmente a Deus em seu caráter de Pai. Aprendi
por experiência própria que não conheceremos a doçura da Paternidade de Deus
até que não experimentemos uma amarguíssima angústia; posso entender que quando
o Salvador disse: “Aba, Pai,” foi a angústia quem o reduziu como a um menino castigado a
apelar queixosamente ao amor de um Pai.
A luta na oração - oração era o canal do
consolo do Redentor; verdadeira, intensa, reverente, a oração que se repete, e
depois de cada tempo de oração regressava a calma e voltava para seus
discípulos com uma medida de paz restaurada. Quando viu que dormiam, suas
aflições regressaram, e, portanto voltou a orar de novo, e cada fez foi
consolado, de tal forma que quando orou pela terceira vez já estava
preparado para se encontrar com Judas e com os soldados, e para ir com
silenciosa paciência ao juízo e à morte. Pela oração os anjos vem nos consolar.
A submissão à vontade
divina,
pois quando colocou Sua própria vontade aos pés de Seu Pai a debilidade de Sua
carne não se queixou mais, sim que em doce silêncio, como uma ovelha submetida
aos tosquiadores, conteve a Sua alma em paciência e descanso.
Totalmente
impossível – É verdade que
Jesus usou a condicional “se possível” na oração do Getsêmani. Mas não era
possível, a bem do pecador, afastar de Jesus o cálice da salvação. Desde o
Jardim do Éden, desde a queda, “não havendo derramamento de sangue, não há
perdão de pecados” (Hb 9.22, NTLH). Nossa redenção não é por meio de coisas
perecíveis como prata ou ouro, “mas pelo precioso sangue de Cristo, como um
cordeiro sem mancha e sem defeito”, planejada antes da criação do mundo (1Pe
1.18-21). É o sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado (1Jo 1.7). Todo o
processo depende de Jesus, dependia da cruz. Jesus não podia falhar -- e não
falhou.
4.
O QUE APRENDEMOS no GETSEMANI ????
1. Queridos irmãos e irmãs, se
algum de vocês experimenta seu próprio
Getsêmani e suas pesadas aflições, imitem o seu Senhor recorrendo à
oração, clamando a seu Pai e aprendendo a submeter-se a Sua vontade. São muito
profundas as águas pelas que vocês estão atravessando? No entanto, não são
profundas comparadas com as torrentes com as que Ele foi golpeado. Jesus pode
identificar-se com todas as aflições de vocês, pois sofreu muito mais do que
vocês sofreram, portanto, é capaz de socorrê-los em suas tentações. Devem
apegar-se a Jesus como seu amigo íntimo, o irmão que os ajudará na adversidade,
e terão obtido um consolo que lhes permitirá atravessar todas as profundezas.
2. Continuando,
contemplem aqui o intolerável mal do pecado. Você é um pecador, porem
Jesus nunca o foi, e, no entanto, estar em lugar do pecador foi tão terrível
para Ele que estava muito triste, até a morte. O que será para você um dia o
pecado lhe fará culpado ao final! Oh, se pudéssemos descrever o horror do
pecado não haveria nenhum de vocês que estaria satisfeito de permanecer no
pecado nem por um momento; se elevaria
dessa casa de oração um lamento e gemidos tais que poderiam ser ouvidos nas
próprias ruas, se os homens e as mulheres aqui presentes que estão vivendo em
pecado pudessem entender realmente o que é o pecado, e qual é a ira de Deus que
se acumula sobre eles, e quais serão os juízos de Deus que muito logo os
rodearão e os destruirão. O pecado deve ser uma coisa terrível se ele aplacou
dessa forma a nosso Senhor. Se a pura imputação do pecado produziu suor
sanguinolento no santo e puro Salvador, o que produzirá o pecado mesmo:
Evitem-lhe, não passem perto dele, afastem-se de qualquer coisa que pareça ele,
caminham com muita humildade e cuidado com seu Deus para que o pecado não os
cause dano, porque é uma praga mortal, uma peste infinita.
3. o amor sem par de Jesus, que por causa de vocês e
por mim não somente sofreu no corpo, mas sim que consentiu em carregar com o
horror de ser contado como um pecador, e colocar-se sob a ira de Deus por causa
de nossos pecados: ainda que lhe custou sofrer até a morte, e uma terrível
aflição, o Senhor se apresentou como nossa garantia antes que ver que nós
perecêssemos.
4. Somos tão mesquinhos em sua
obra - Por acaso não poderíamos
suportar com alegria a perseguição por causa Dele? Não poderíamos trabalhar
para Ele com total entrega? Somos tão pouco generosos que Sua causa possa ter
necessidades enquanto nós contamos com os meios para ajudá-la? Somos tão baixos
que sua obra pode chegar a um alto enquanto nós temos a força para continuá-la?
Os exorto pelo Getsêmani, meus irmãos, se possuem uma parte e uma porção na
paixão de seu Salvador, amem muito Àquele que os amou verdadeiramente sem
medida, e gastem-se e sejam gastos por Ele.
5. Outra
vez vendo a Jesus no jardim, aprendemos a excelência e a plenitude da
expiação. Que sujo e desprezível aos olhos de Deus! Eu só mereço ser
lançado ao mais profundo do inferno, e me assombra que Deus não me tenha
lançado ali desde muito tempo; porem, entro no Getsêmani, e observo essas
torcidas oliveiras, e vejo a meu Salvador. Sim, o vejo retorcendo-se no solo
cheio de angústia, e escuto Seus gemidos do tipo que nunca foram emitidos por
nenhum peito anteriormente. Observo a terra e a vejo vermelha com Seu sangue,
enquanto Seu rosto está banhado de suor ensanguentado, e digo a mim mesmo: “Meu Deus, Meu Salvador, por que te afliges?” E Ele me responde: “Estou sofrendo por teu pecado,” e então sinto muito consolo, pois enquanto
quisera ter evitado a meu Senhor tal angústia, agora que a angústia terminou,
posso entender como Jeová pode perdoar-me, porque feriu a Seu Filho em meu
lugar.
6. Por
último, qual não será o terror do
castigo que recairá sobre aqueles homens que rejeitam o sangue expiatório, PARAFRASEANDO
SPURGEON - e que terão que estar frente a Deus em suas próprias pessoas para
sofrer por seus pecados. Lhes direi, senhores, que dói a meu coração ao
dizer-lhes isso, o que sucederá com aqueles que rejeitam a meu Senhor. Jesus
Cristo, meu Senhor e meu Deus, é um sinal e uma profecia para vocês do que lhes
passará. Não é em um jardim, mas sim na cama de vocês onde sempre descansaram
serão surpreendidos, e as dores da morte se apoderarão de vocês. Serão
entristecidos com uma tremenda tristeza e remorso pela vida que desperdiçaram,
e por terem rejeitado ao Salvador. Então, o pecado que mais amam, sua lascívia
favorita, como outro Judas, os trairá com um beijo. Quando todavia sua alma
dependure de seus lábios, será tomada e levada por um grupo de demônios, e
levada ao tribunal de Deus, tal como Deus tal como Jesus foi levado a sala do
juízo de Caifás. Haverá um juízo sumário, pessoal e de alguma maneira privado,
como resultado de qual serão enviados a prisão onde, em trevas e rugir de
dentes e pranto, passarão a noite antes da sessão do tribunal que terão o juízo
pela manhã. Então virá o dia, e virá a manhã da ressurreição, e assim como
nosso Senhor compareceu ante Pilatos, assim vocês comparecerão diante do mais
alto tribunal, não o de Pilatos, mas sim do terrível trono de juízo do Filho de
Deus, a Quem vocês desprezaram e rejeitaram. Logo aparecerão testemunhas
declarando contra vocês, não testemunhas falsas, mas sim verdadeiras, e vocês
ficarão sem fala, assim como Jesus não disse nenhuma palavra frente seus
acusadores. Logo, suas consciências e desespero o sacudirão, até que se
convertam em tal monumento de miséria, tal espetáculo de desprezo, até poderem
ser descritos adequadamente por outro “Ecce Homo”, eis aqui o homem, e os
homens o olharão e dirão: “Eis ali o homem e ao sofrimento que lhe sobreveio,
porque desprezou a seu Deus e encontrava prazer no pecado.”
Depois, serão condenados. “Apartai-vos
de mim, malditos,” será a sentença que receberão, assim como “Seja crucificado” foi a condenação de Jesus. E serão levados
pelos oficiais de justiça ao lugar de sua condenação. Logo, igual ao Substituto
dos pecadores, vocês exclamarão: “Tenho sede,” porem ninguém lhes
dará nem uma gota de água; não provarão nada senão o fel da amargura. Serão
executados publicamente com todos os seus crimes escritos sobre sua cabeça para
que todos possam os ler e entendam que vocês foram justamente condenados; e
logo, zombarão de vocês, como zombaram de Jesus, especialmente se professaram
alguma religião falsa; todos os que passem por ai dirão: “a outros salvou, e a outros pregou, porem a si mesmo não se pode
salvar.”
Nota = gotas
de sangue - em termos
médicos, o que acontece é uma hematidrose. O sofrimento é tão grande que Jesus
resolve orar mais intensamente
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